segunda-feira, agosto 18, 2014

AS CHANCES DE MARINA EM SEIS PONTOS

Foto: AP
Marina deve ser anunciada candidata na quarta-feira
A morte de Eduardo Campos mudou o cenário da corrida à Presidência no país e alçou sua candidata à vice, Marina Silva (PSB), ao primeiro plano da disputa.

Em um momento de comoção, Marina - que deve ser anunciada oficialmente como substituta de Campos na quarta-feira-, largou bem na pesquisa eleitoral do instituto Datafolha, com 21% das intenções de voto.
Mas a ex-ministra do Meio Ambiente também enfrentará desafios, como o pouco tempo de TV e uma possível falta de palanques regionais.
A BBC Brasil listou vantagens e obstáculos que Marina terá em seu caminho.

Vantagens

Posição nas pesquisas

Após conquistar 19,6 milhões de votos em 2010, Marina aparece com 21% das intenções de voto na primeira pesquisa Datafolha após a morte de Eduardo Campos. Ela está em empate técnico com o candidato do PSDB, Aécio Neves, segundo o levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo.
No segundo turno, a ex-senadora tem 47% das intenções de voto - tecnicamente empatada com a presidente Dilma Rousseff, que tem 43%, já que a margem de erro do levantamento é de dois pontos para cima e para baixo.
Uma incerteza é quanto os eleitores estão influenciados, neste momento, pelo impacto da morte trágica de Eduardo Campos, nem como a imagem de uma candidata "de luto" poderá influenciar a votação.
Em um pesquisa realizada em abril, Marina obteve 27% dos votos, o que sugere que ela ainda tem potencial para crescer. Segundo o Datafolha, 8% dos brasileiros que não votam nela hoje são receptivos ao seu nome - ou seja, são votos possíveis de serem conquistados.

Protestos de junho

Analistas consideram que Marina Silva foi a candidata que mais se beneficiou dos protestos de junho do ano passado.
Nas ruas, a população demonstrou desânimo com a política tradicional, um espírito que se conforma ao discurso da ex-senadora que defende uma "nova forma de fazer política".
Esse desencanto aparecia nas pesquisas eleitorais, que mostravam 27% de eleitores sem candidato.
O Datafolha avalia que, ao entrar na disputa, Marina capturou esses eleitores: votos nulos, brancos e de indecisos agora são 17%.

Voto religioso

Marina é da Assembleia de Deus e pode conquistar os votos dos religiosos, que tiveram um papel importante nas eleições mais recentes.
Em 2010, a ambientalista teve boa votação depois que lideranças religiosas - evangélicas e católicas - pregaram o voto anti-Dilma. A presidente estava envolvida em uma polêmica sobre as suas posições sobre aborto.
Marina já disse publicamente que é contra o aborto, mas defendeu um plebiscito sobre a questão.
A maior parte das igrejas evangélicas se associou, neste ano, à candidatura do pastor Everaldo, do PSC. Mas, com a entrada de uma evangélica na linha de frente da disputa, parte dos votos pode migrar para ela.
Segundo o censo do IBGE de 2010, 22,2% da população brasileira se dizia evangélica e 64,6% era católica.
Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140814_prosecontras_marina_lab.shtml

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