segunda-feira, agosto 06, 2018

1/4 DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO BÁSICA, FAZ BICO PARA COMPLEMENTAR RENDA



Excesso de aulas e de turmas prejudica a qualidade do ensino.

Uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação identificou que,  29% dos docentes da educação básica (do ensino infantil ao médio) exercem outras atividades, além de atuar nos colégios, para complementar a renda.   

Na rede privada, 38% recorrem ao “bico”. O porcentual é superior aos do sistema público - 22% nas redes municipais e 30% nas estaduais, segundo levantamento do Todos pela Educação com mais de 2 mil professores de todas as capitais do País, de março a maio deste ano. A maior parte dos professores não desenvolve atividades relacionadas à educação, mas a comércio, produções artísticas e prestação de serviços. 

O professor, ao ter de realizar “bico” para complementar a renda, tem menos tempo disponível para as atividades ligadas à docência, como preparação de aulas, correção de atividades e cursos de especialização e formação. 

Não podemos esquecer que professores são profissionais com ensino superior completo, têm demandas de consumo mais sofisticadas, o que se reflete em sala de aula, em um ensino de qualidade.

O Ministério da Educação (MEC) diz que a gestão da educação básica é de responsabilidade de Estados e Municípios, que organizam as redes, contratam e pagam docentes. Ainda informou que é papel do MEC divulgar “o piso nacional docente a cada ano, bem como o repasse de 10% da complementação do Fundeb (fundo da educação básica)” para pagar esse mínimo. O piso para a categoria da rede pública em 2018, previsto em lei, é de R$ 2.455,35 para 40 horas semanais. 

Especialistas dizem que o excesso de aulas e turmas prejudica a qualidade do ensino, uma vez que o professor tem menos tempo para preparar novos materiais, diferentes metodologias e fazer cursos de formação. Uma triste realidade da educação, num sentido amplo da questão, para o nosso país.


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