Desde que o governo mudou a política de preços da Petrobras, a população pede uma solução.
Brasileiro
sofre para arcar com uma carga tributária alta, mas o Estado continua gastando
como sempre.
O
brasileiro está acostumado a ouvir que o governo não tem dinheiro para atender
às demandas da população em função do teto de gastos ou do déficit fiscal.
Traduzindo o economês: o Brasil vai fechar o ano no vermelho, já tem uma dívida
enorme, e não pode gastar mais com nada.
É
o caso do subsídio à gasolina. Desde que o governo mudou a política de preços
da Petrobras, a população pede uma solução. Nesta semana, o ministro da
Fazenda, Eduardo Guardia, já disse que o governo sequer discute um subsídio
porque não há espaço no orçamento. Ou seja, não tem de onde tirar o dinheiro.
Mas,
enquanto o brasileiro faz acrobacias com o próprio orçamento para fechar as
contas do mês com combustível em alta impactando nos preços de tudo, Câmaras,
Assembleias e tribunais pelo País aprovam gastos nababescos. Nesta semana, o
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) publicou um edital que prevê gastos de até R$
102,6 mil com a compra de material de "reabilitação fisioterápica"
para seus servidores. Os R$ 100 mil podem ser pouco dentro do orçamento do
País. Mas vamos lembrar que a previsão de rombo para esse ano é de R$ 159
bilhões. Ou seja, deveríamos estar economizando até no papel higiênico
Mas
não. Os gastos do TSE preveem a compra até de um tanque de reabilitação para
atender, veja só, 879 servidores ativos. Outros tribunais, de acordo com matéria
do Estadão Conteúdo, têm, a exemplo do TSE, seções de fisioterapia em suas
instalações. No STF, há três consultórios de atendimento aos servidores. Quatro
fisioterapeutas atuam no local e o salário médio de cada profissional é de R$
16.957,90, salário muito acima do mercado. Já com os equipamentos, o tribunal
gasta R$ 31,9 mil em manutenção.
E
a farra com o dinheiro público não se restringe às mais altas cortes do País. A
Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou, no final de maio, bônus de R$ 16 mil
para servidores. É o velho jeitinho para burlar o teto constitucional de
salários no Brasil. As gratificações não são consideradas no cálculo do teto do
funcionalismo público e, na prática, os servidores receberão remunerações de
até R$ 40 mil. Já a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem aumento
de servidores que custará R$ 1 bi aos cofres do Estado. A votação permitiu que
auditores ganhem além do teto do Estado, que era de R$ 21,8 mil mensais e
passou para R$ 33 mil.
Não
faz sentido. O dinheiro público, independente se dos Estados ou da União,
deveria ser tratado com a maior parcimônia por ser de todos os brasileiros. Mas
não é o que acontece no Brasil. Aqui quando a farinha é pouca, meu pirão
primeiro. Fonte: Coluna do Fraga.
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