As centrais divulgaram uma nota sobre a decisão
da OIT (Organização Internacional do Trabalho)
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Representantes da Força Sindical: Ademir Lauriberto,
Tesoureiro e
Ruth Coelho Monteiro, Secretária Nacional de Cidadania e Direitos Humanos. |
A Organização Internacional do
Trabalho (OIT) colocou o Brasil na lista dos 24 casos que considera como as
principais violações das convenções trabalhistas no mundo.
Considerada como a
“lista suja” da entidade, ela inclui tradicionalmente problemas de liberdade
sindical, assassinato de líderes trabalhistas ou irregularidades na aplicação
de convenções da OIT. O governo brasileiro respondeu de forma dura, denunciando
uma “pesada injustiça” e falando de “sabotagem”.
O que levou o Brasil a fazer
parte da lista é a reforma trabalhista, considerada como potencialmente capaz
de violar convenções internacionais. Agora, a Comissão de Aplicação de Normas
da OIT irá avaliar o caso do governo brasileiro nas próximas duas semanas.
O
Estado apurou que nas comissões de trabalhadores, o Brasil foi amplamente
citado. Mas houve uma forte resistência por parte dos empresários e, do lado do
Itamaraty, um lobby intenso foi feito para tentar evitar que o País apareça
como um dos piores casos de violação do mundo. A pressão do governo, porém,
fracassou.
Em 2017, movimentos trabalhistas
conseguiram fazer com que a OIT chegasse a abrir uma avaliação sobre o Brasil,
apontando para denúncias contra de violações dos direitos dos trabalhadores
estipulados pela Reforma Trabalhista. Mas o país acabou não entrando na lista
dos 24 casos prioritários, já que a reforma ainda não tinha entrado em vigor.
Agora, o Brasil passará a ser
alvo de um intenso exame pela Comissão de Aplicação de Normas da OIT. Na
prática, isso obrigará o governo a dar respostas e ser examinado por peritos.
As
centrais divulgaram uma nota sobre a decisão da OIT (Organização Internacional
do Trabalho) enviada pelos representantes da Força Ruth Coelho Monteiro,
secretária nacional de Cidadania e Direitos Humanos e Ademir Lauriberto,
tesoureiro.
Eis a nota:
Brasil na lista suja da OIT
Nota Oficial das Centrais
Sindicais
"A OIT - Organização Internacional do Trabalho decidiu nesta terça feira, 29 de maio, incluir o Brasil na lista dos 24 países violadores das suas convenções e normas internacionais do trabalho.
A inclusão do Brasil na lista se
deu em decorrência da aprovação da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) que
retirou dezenas de direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros,
violando normas fundamentais da OIT, especialmente a Convenção 98, ratificada
pelo Brasil, que trata do Direito de Sindicalização e de Negociação Coletiva. A
OIT avalia que a possibilidade do negociado prevalecer sobre o legislado para
retirar ou reduzir direitos e de ocorrer negociação direta entre trabalhador e
empregador, sem a presença do Sindicato, são dispositivos que contariam a
referida convenção.
Esta decisão da OIT, uma agência
da ONU – Organização das Nações Unidas, confirma as denúncias das Centrais
contra as práticas antissindicais do governo que se tornaram ainda mais graves
com a tramitação do projeto da reforma no Congresso Nacional, aprovada sem
diálogo com as representações de trabalhadores e trabalhadoras, neste caso,
violando também a Convenção 144 da OIT."
Diante da decisão da OIT, os
trabalhadores e trabalhadoras brasileiros esperam agora que o governo reconheça
a gravidade do erro cometido e faça a revogação imediata da reforma
trabalhista.
Genebra, 29 de maio de 2018.
CSB – Central dos Sindicatos
Brasileiros
CTB – Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos
Trabalhadores
FS – Força Sindical
NCST - Nova Central Sindical de
Trabalhadores
UGT - União Geral dos
Trabalhadores
FONTE: Estadão.com e
Assessoria de imprensa da Força Sindical
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