O
DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos –
realizou levantamento das mobilizações e conquistas dos trabalhadores que
atuaram nas obras deconstrução e reforma dos estádios que receberão o Mundial.
Os resultados, do ponto de vista dos trabalhadores, foram significativos,
revela o documento.
O
estudo foi feito a pedido da ICM –
Federação Internacional de Trabalhadores na Construção e Madeira -, com o objetivo de avaliar os resultados
da Campanha Trabalho
Decente Antes Depois da COPA 2014 que teve início em 2011. Por iniciativa da
ICM, a Campanha aglutinou diversos sindicatos em todo o país, organizando
reuniões com os governos locais, visitas a estádios, realizando assembleias com
trabalhadores nos locais de trabalho, o que contribuiu para um acordo nacional
tripartite que prevê melhoria das condições de trabalho, de segurança e de vida
para os trabalhadores.
Para
o representante regional da ICM na América Latina e Caribe, Nilton Freitas, a luta conjunta
dos sindicatos foi fundamental para que os trabalhadores alcançassem vitórias
que representam melhorias em sua qualidade de vida.
Os
resultados
“O
destaque são os ganhos reais de salário dos trabalhadores das doze cidades sedes,
que foram acima da média dos ganhos reais de todas as categorias e acima da
média do próprio setor da construção”, afirmou o coordenador de relações
sindicais do DIEESE, Silvestre
Prado.
De acordo
com o
estudo, os ganhos reais nos salários, descontada a inflação do período,
variaram entre 0,78% a 7,35%, sendo que em 2012 a média foi 4,10%, a melhor do
período analisado. A pesquisa também aponta outros ganhos na dimensão
econômica, como adicionais de hora extra e adicional noturno com percentuais acima
do que prevê a legislação, e ganhos do ponto de vista da organização dos trabalhadores no local
de trabalho, com a constituição de comissões de
representações para negociar com as empresas.
Outro
aspecto destacado foi a ocorrência de pelo menos uma greve em todos as obras
dos estádios. Entre 2011 e 2014, os operários que trabalham nas obras dos
estádios deflagraram 26 greves, a maioria delas nos dois primeiros anos. Essa
mobilização totalizou 1.197 horas paradas, que, convertidas em jornadas de oito
horas, indicam que quase 150 dias deixaram de ser trabalhados. Também neste
caso, mas de maneira ainda mais pronunciada, os números concentram-se em 2011 e
2012.
O
estudo completo pode ser obtido com a coordenação da Campanha Trabalho Decente Antes e Depois da COPA 2014
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