Atualizado em 20 de agosto, 2014 - 22:14 (Brasília) 01:14 GMT
A ex-senadora Marina Silva disse nesta
quarta-feira na cerimônia em que foi lançada pelo PSB à Presidência que manterá
os acordos de campanha costurados pelo seu antecessor, Eduardo Campos, mas que
não subirá em palanques construídos sem sua concordância.
"Aqui
há o sentido do peso dessa responsabilidade, há o compromisso com as
responsabilidades já assumidas e construídas ombro a ombro, noite e madrugada
adentro, com a ajuda de todos vocês, mas sob a liderança de Eduardo
Campos."
Marina
afirmou, porém, que só se empenhará nas alianças estaduais com as quais
concordou desde o início, o que exclui os arranjos com o PSDB em São Paulo e
com o PT no Rio de Janeiro, entre outros.
"No
dia 4 de outubro, quando conversamos pela primeira vez, estabelecemos que onde
isso não seria possível (conciliar PSB e Rede quanto às alianças), o PSB teria
suas escolhas e a Rede, as suas. (…) Neste momento permanece o mesmo
quadro."
Marina
se pronunciou ao fim de uma reunião entre dirigentes do PSB na sede do partido,
em Brasilia. A reunião oficializou a nova chapa da sigla para a disputa após a
morte do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, que era o candidato do
partido à Presidência e morreu num acidente de avião no dia 13.
Marina,
que era vice de Campos, passou a encabeçar a chapa, e o deputado federal Beto
Albuquerque (PSB-RS) foi escolhido como o vice.
A
candidata disse que Albuquerque representará a chapa nas alianças com as quais
não concordou.
Choro
A
ambientalista chorou ao se referir ao momento em que assistiu ao primeiro
programa eleitoral levado ao ar pelo PSB, que homenageou Campos. Ela chegou a
interromper a fala ao mencionar uma cena do programa em que o pernambucano a
abraçava.
Antes
do discurso, Marina foi rcebida pelos dirigentes pessebistas com os gritos de
"Eduardo presente, Marina presidente". O presidente do partido,
Roberto Amaral, disse que houve unanimidade no PSB para a escolha de seu nome.
Marina,
no entanto, recebeu uma carta do PSB em que o partido formalizou suas expectativas
em relação à candidatura. O conteúdo da carta não foi divulgado.
"Recebi
de forma muito afetuosa esta carta, que chamo de carta inventário, onde o
presidente Roberto Amaral me diz qual o significado da luta, da trajetória e da
história deses partido, e que agora nós juntos temos a responsabildiade de
ajudá-los a se erguer após a perda irreparável que sofreu."
Ela
comparou o recebimento da carta à proposta de aliança que apresentou a Campos
quando a Justiça rejeitou a criação de seu partido, a Rede Sustentabilidade.
Durante
a campanha, Marina disse que logo após a eleição daria prosseguimento à criação
da Rede e se desfiliaria do PSB.
Em seu
discurso, porém, a ambientalista deu a entender que só voltará a tratar do
assunto após a eleição. "Tão importante quanto a formação e o registro da
Rede é o crescimento do PSB e a superação dessa fase tão triste, em que perdeu
sua liderança."
"Estamos
juntos nesse sentido e sinto-me parte solidária e interessada em que PSB leve
adiante seus planos de futuro partidário que tinha sob a inspiração de
Eduardo".
Marina
afirmou ainda que sua candidatura é uma alternativa a "uma polarização
(entre PT e PSDB) que já deu o que tinha que dar".
Ela
criticou indiretamente as amplas alianças feitas pelos dois partidos ao ocupar
a Presidência ao dizer que não fará um governo "baseado na distribuição de
pedaços do Estado".
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